"O para sempre é composto de agoras"

(leia ouvindo Say you won't let go , do James Arthur , aqui )           O amor nem sempre é como nos filmes. Na verdade, raramen...

(leia ouvindo Say you won't let go, do James Arthur, aqui)



          O amor nem sempre é como nos filmes. Na verdade, raramente é. O amor não vai trombar com você no corredor da escola/faculdade/esquina/(insira aqui qualquer clichê de filmes água com açúcar) e, 50 anos depois, vocês estarão contando essa história para seus netos. Ok, ninguém aqui está falando que é impossível, mas sejamos sinceros, qual a probabilidade? Desanimadora, não?
          O amor não vai chegar quando você estiver preparada, com a casa varrida e o café pronto; com as melhores receitas de bolo de cenoura com cobertura de chocolate, as playlists salvas no Spotify e presentes pensados para qualquer ocasião comemorativa para os próximos 20 anos.
          Qual é a graça de encontrar o que se espera? Afinal, o que faz o amor ser amor é aquele frio na barriga, a mão suando e o coração a mil por hora. Duvido que você sinta isso por algo que já está preparado/a.
          O amor, aquele de verdade, que vai ser eterno enquanto durar, vai chegar naquela quinta-feira de TPM com o ônibus lotado e uma chuva que parece virar o mundo. Ou naquele sábado, durante um encontro com os amigos de escola. Ou naquele domingo tranquilo, depois de uma boa sessão de cinema. Entende aonde quero chegar?
          O amor não tem hora. Não dia certo, muito menos horário marcado. É todo especial, esse danado. Tão especial que é único em cada situação. As vezes, uma troca de olhares e dois sorrisos são o suficiente. As vezes o sentimento nasce depois de uma conversa de 3 horas sobre os assuntos mais aleatórios possíveis.
          A única coisa comum em todas as situações é o bem querer. É o carinho e atenção constantes. É o "bom dia", "se cuida", "dorme bem". É o sonho e o desejo antes de dormir. É o frio na barriga quando vê o sorriso ao longe.
          Posso te contar uma coisa? Não existe essa de único amor. Quantas vezes você já sorriu sem perceber quando pensava em alguém? 1? 3? 20? 50? Cada uma dessas pessoas você amou. De jeitos diferentes, de intensidades diferentes, mas amou. Pode parecer por um momento que estou banalizando o sentimento, mas é que essa é a verdade.
          Acredite, eu também fiquei chocada quando percebi que era verdade. E, depois que eu aceitei isso pra minha vida, meu emocional ficou bem menos sobrecarregado. E sabe por quê? A partir do momento em que você admite que não existe (pra você) essa história de um único amor pra sua vida inteira, você tira todo o peso da costas de pensar que só vai ser plenamente feliz quando encontrá-lo e passa a apenas aproveitar cada pessoa da sua vida, agora, que te faz feliz.
          Afinal, para sempre? O que é para sempre? O para sempre não passa de um punhado de agoras.


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