Ela pega um ônibus 

E entre os morros e montanhas de sua cidade 

Compara sua vida a uma estrada 

Vários foram os becos sem saída 

E as bifurcações diante das decisões do coração 

Em alguns momentos, foi pavimentada e movimentada 

Em outros, uma estradinha de terra 

Com o solo nu, assim como sua alma 

Vários foram os empreiteiros 

Mal sucedidos 

Mal treinados 

Mal amados 

Todos ele, de alguma forma 

Ajudaram a construir  

A estrada de sua alma 

E então ela chega ao limite 

Da cidade? 

Da sanidade? 

Ela enfim se deita no banco 

E pensa 

Quando o próximo amor virá?

        Creio que esse seja o último texto onde eu vá falar sobre o meu antigo namoro. Me dirão para mudar de assunto, seguir em frente, achar o próximo (como se eu só fosse ser feliz se tiver um homem na minha vida [falo isso em outro texto]) e esquecer.
        Falando assim, até parece que foi um peso na minha vida. Se tivesse sido tanto assim, eu não teria ficado por quase dois anos com a mesma pessoa. Não teria amado e entregado meu coração a ela. Não teria dançado ao som de "all of me" nem colocaria uma aliança com seu nome no meu dedo. Não teria aguentado as partidas de LoL nem os dias trocados pelas madrugadas de inspiração.
        Pedir para esquecer um antigo amor é como falar: "Joga tudo o que viveram na lixeira. Esquece o que viveram e tudo que aprendeu. Segue como se nada tivesse acontecido". Eu não vou fazer, porque foram momentos maravilhosos e incríveis, apesar de tudo.
        Só que chega um ponto onde só amor não basta. Eu não tive um relacionamento regado a dancinhas românticas e sorrisos apenas. Se fosse, estaríamos juntos até hoje. Quando você realmente tem o sonho de viver com alguém por muito, muito tempo, são necessárias características que eu não vou citar por questão de integridade das duas partes. Engraçado, nem falei como escritora agora.
        Pois é, a desilusão faz isso com as pessoas. Tira o romantismo da própria vida.

        Tenho escutado músicas que pessoas que me conhecem há mais tempo diriam que "não são feitas pra mim"; tenho dito coisas que horrorizam alguns indivíduos, porque jamais sonhariam que isso sairia da minha boca. Tudo porque já tem um modelo estereotipado de quem sou. Também não cito e nem julgo publicamente, a sociedade - que na verdade é composta por mim, você que lê e todos os outros indivíduos - praticamente nos obriga a ser assim.
        Sempre fui uma romântica incurável, do tipo que chora com finais de filmes, independente de como sejam. Até que "surgiu" uma bola de neve na minha cabeça e não sei mais quem sou. Não sei mais do que gosto. Não sei mais o que quero.
        Crescer faz isso com as pessoas. O que tínhamos 100% de certeza ontem já não nos pertence mais. Pessoas não nos pertencem mais. Momentos que deveriam ser repetidos se perdem no tempo.
        Quando foi que tudo ficou tão complicado? Quando decidiram que temos que resolver a nossa vida toda de uma vez só?
        Tenho perdido a inspiração para escrever. Perdido a vontade de ler. Perdido o ânimo para (quase) tudo. Tem dias onde a única coisa que quero fazer é me enfiar debaixo de um edredom e assistir How I Met Your Mother até o fim da vida. Pois é, sou o tipo de pessoa que gosta de ficar remoendo o que já passou.
        Tenho me (es)forçado a sair de casa. Todos os dias acordo e penso Coisas legais acontecem com quem é legal. É isso o que tem me mantido a sanidade por esses tempos.
        Durante o dia eu até fico muito bem. Sorrio para as pessoas e me acalmo com quem me estressa. Mas quando chega a noite é que tudo desaba. Não, eu não choro. Eu só fico paralisada na minha cama por quase uma hora, pensando o que fazer da vida.
        Eu havia planejado minha vida por alguns anos, certa do que queria. Só que depois do término e, consequentemente, do crescimento em todas as áreas, já não sei. Pensei que a cada dia eu fosse ficar mais certa sobre o que quero, e tem acontecido o contrário.
        A cada dia que passa fica pior.
       
        Tenho um apelo a todos os adultos: por favor, POR FAVOR, parem de exigir tanto de nós. NÃO IMPORTA se a vida vai cobrar mais, deixa que a gente paga a conta. Não nos preocupe nem nos faça sofrer por antecipação. Já entendemos que a vida de adulto é dura, então parem. Já que é tão ruim, nos deixe aproveitar o que nos resta, antes que as contas e trânsito e emprego e chefe e horário e todas as "coisas de adulto" nos angula e nos transforme em zumbis. Nos deixe apreciar esses momentos que vocês mesmos nos dizem ser maravilhosos. Não estraguem os momentos mais preciosos de nossas vidas: o agora.

          Se passaram 10 anos, então você tem 27 anos agora. E então, como é a sua vida de adulto? Provavelmente não é como eu sonho agora, ou talvez eu dê a sorte de tudo ter saído conforme eu planejo antes de dormir.
          E então, já apareceu alguém especial na sua vida? Espero que sim. Espero que seja alguém que entenda a sua necessidade insana de escrever. Alguém que ame a cicatriz acima da sua boca. Alguém que te beije na testa ao te deixar no portão da sua casa. Aliás, você saiu mesmo de casa ou era só balela?
          Onde você fez faculdade afinal? O seu sonho agora é a USP ou a UFMG. Tomara que tenha conseguido uma das duas.
          Você já foi no show do Ed Sheeran? Agora você é (quase) louca por ele, e quer encontrar um cara ruivo que nem ele e que se chama Eduardo, só pra chamar de Ed.
          Você já tem filhos? Agora você sonha em ter uma garota ou um garoto. Agatha ou Davi. Espero que eles tenham puxado o cabelo da bisa. Falando nisso, o vovô e a vovó ainda estão vivos? Espero muito que sim. Espero que não tenha perdido ninguém especial nesses dez anos.
          Lully ... Ainda te chamam assim? Porque agora quase todo mundo te conhece por causa do seu blog, Lully Lá. Falando nisso você ainda o tem ou desistiu? E conseguiu publicar algum livro ou qualquer escrito?
          Está satisfeita com a sua vida?
          Espero que esteja. Espero que tudo que eu esteja passando agora valha a pena. Pois é, pequena. A vida tem estado dura ultimamente. Eu sei que a tendência é piorar, não precisa nem falar. Mas eu considero duro agora, então me deixa.
          O seu coração já parou por causa da Jack ou ela ainda faz muita falta? Espero que a dor já tenha amenizado.
          Luiza, tá tudo uma bagunça agora. Eu terminei um relacionamento de quase 2 anos, estou há menos de um mês de me formar no ensino médio e a pressão por causa da faculdade está intensa. Além disso, todos os problemas que eu mesma crio estão me atormentando.
          Me diz que vai melhorar. Me diz que daqui dez anos vou ser menos confusa, lo menos um pouquinho.
          Você já aprendeu a parar de chorar por qualquer coisa? Já perdeu a compulsão por chocolate? Já aprendeu a se dar o valor que merece? Eu espero de todo o meu coração que sim, porque daí eu vou saber que todo esse emaranhado de fios que me conectam a mim mesma e às outras pessoas vai ter desembolado.
          Qual a cor do seu cabelo? Já fez alguma tatuagem? Fez alguma loucura? Eu não tenho ideia de qual a sua situação agora. A única coisa que me vem à cabeça é torcer pra que, no fim do filme, a princesa tenha sido resgatada mais uma vez.

        Oi, pequena. Há quanto tempo a gente não se fala, não é? Fazem 3 anos que Papai do Céu decidiu te ter bem do lado dele.
       Olha, eu sei que pode ser hipócrita vir falar que estou com saudade, já que a gente já não se falava tanto quando aconteceu, mas é que sinto sua falta, e queria que soubesse que me arrependo por não ter tido você comigo o máximo possível. Sei também que não deveria me cupar pelo que aconteceu, mas tem noites que passo acordada, enquanto penso que se a gente ainda fosse bem amiga na época, você talvez teria me contado o que acontecia, e eu poderia evitar
        Já é a minha segunda formatura sem você, e é horrível. Ainda me lembro de quando não passávamos de duas crianças de seis anos que ficavam mostrando a língua uma pra outra, só pra fazer chorar. Você fez falta antes e faz falta agora.
        Alguns dias atrás eles abriram o cemitério - toda aquela coisa de dia de finados, sabe -, mas eu não consegui ir lá ver você. Não sei porquê, só sei que me doeu demais ver o seu nome cravado na lápide e saber que não vou mais ouvir sua risada.
        Não consigo ouvir Britney Spears nem a piada do CUelho. Você lembra quando tudo isso aconteceu? A gente estava fazendo um bolo surpresa pra Débora, sua vizinha, e estávamos contando essas piadas terríveis. Foi nesse dia que experimentamos cerveja pela primeira vez e quase vomitamos. Eu choro de tanto rir quando lembro.
        Peguei a sua mania de fazer aquela voltinha no cabelo, na franja, lembra? E tenho todo orgulho do mundo em dizer que foi você que me ensinou.
        Sabe, as vezes acordo assustada de madrugada, achando que tem alguém me ligando, pra dizer de você. Eu lembro perfeitamente como foi. Acordei atordoada e, quando a Débora me falou, eu entendi errado; achei que o pai dela tinha atropelado você. Quando foi de manhã, minha mãe realmente me contou, e eu não queria acreditar. Por quê? Sério mesmo, por quê? Por que aquele imbecil tinha que tirar você da gente? Ele não tinha esse direito; não tinha mesmo.
        Agora o que resta são corações com saudade. Eu até coloquei uma foto da minha festa surpresa de aniversário de 10 anos, e tem você. Quem diria que quatro anos depois tudo ia mudar!
        Hoje eu namoro um garoto incrível, e ele sabe muito sobre você. No ano passado, ele foi ao cemitério comigo só pra me dar força, e nos deixou a sós, porque sabia que era o que tinha de ser feito. Como eu queria que você tivesse conhecido ele. Talvez vocês se juntariam e começariam a rir de mim.
        Bem, agora eu tenho que ir. Se cuida, onde quer que esteja. Sinto saudades.
Com amor,
Lully.

Capítulo 6 - Uma ótima notícia!

        - Amor, você quer mesmo sair pra jantar? - Depois de tomarmos banho, o Pedro deitou na cama de novo, enquanto eu procurava uma calça que aguentasse o frio de Nova York.
        - É claro que quero! É seu único dia aqui, você tem que aproveitar!
        - Mas tudo que eu tenho que aproveitar está bem na minha frente, e é a coisa mais maravilhosa que eu já vi. - Eu sorri, mas insisti. Não queria ficar em casa.
        - Isso porque você não viu como aqui fica quando escurece. É lindo!
        - Tá bom, tá bom. Eu vou só porque você tá fazendo essa carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudança.
     
        Enquanto eu trancava a porta, a Sra. Smith terminava de subir as escadas. Assim que nos viu junto, me perguntou
        - Darling, are you okay? Do you know this guy? (Querida, você está bem? Conhece esse groto?)
        - I'm fine, mrs. Smith. Thanks for worrying. He's my future husband. (Estou bem, sra. Smith. Obrigada por sua preocupação. Ele é meu futuro marido.)
        - Oh, congratulations! So, let me go. Bye! (Oh, parabéns! Então me deixe ir)
        - Goodbye, lady. (Tchau, senhora) - Eu e Pedro falamos juntos, então começamos a rir.

        Ainda ríamos quando chegamos à portaria. Não demoramos nem 10 minutos para chegar, mas agradeci pelo aquecedor dentro do restaurante. Mal o cheiro nos atingiu, e o Pedro começou:
        - Ai, meu Deus, por que não temos restaurantes assim no Brasil? Não vou embora nunca mais!
        - Isso você resolve com os garotos da banda.
        - Meu anjo, você sabe que só vou voltar por causa da banda, por causa do meu sonho. Se não fosse, eu largaria tudo de lá para ficar com você.
        Eu o abracei para que visse que estava tudo bem, enquanto dizia: Amor, acha que não sei? Eu seria egoísta e não seria a Ag que você conheceu se pedisse para ficar. Mas tudo vai ser como deve ser. Não é você mesmo que diz?
        - Sério que citou um trecho da música que foi feita pra você? Não acredito!

        Não ficamos muito tempo do lado de fora do meu querido apartamento. Assim que comemos, tentamos ver as estrelas no parque, mas estava meio que frio demais. Eu ainda não me acostumava com a temperatura, e o Pedro não podia nem sonhar em ficar gripado. Ele tinha shows a fazer.
        Eu estava deitada em seu peito de novo, na cama começando a dormir, quando o celular dele tocou. Me assustei com o som, mas ele não; parecia que não conseguia dormir. Era o Lucas, guitarrista da banda.
        - Alô?
        (pausa)
        - Não, não me acordou. Mas o que aconteceu?
        (pausa)
        - Praticamente deitado, por quê?
        (pausa)
        - Como assim não preciso pegar o avião amanhã?
        (pausa grande)
        - Peraí, peraí, o que? A gente vai o que? Repete, cara! - Ele começava a sorrir, como se tivesse ganho na loteria. Eu ficava cada vez mais curiosa para saber o que estava acontecendo.
        (pausa maior ainda)
        - Cara, se eu pudesse, dava um beijo em vocês agora. Vocês são a banda mais incrível do mundo!
        (pausa rápida)
        - Ok, nós somos a banda mais incrível do mundo. Mas quando começa?
        (pausa)
        - Sério? - Que sorriso foi esse?
        (pausa)
        - Meu Deus, sou o cara mais feliz do mundo. Lucas, valeu por ligar, cara. Manda um abraço pros meninos e vai dormir. Vocês são fodas!
        Assim que ele desligou o telefone, me sentei ereta na cama. Eu sabia que era algo bom. Tinha que ser algo bom. Ele começou a dizer, sem nem tentar disfarçar a alegria.
        - Amor, você não vai acreditar! Você sabe que quando não estou presente, é o Lucas que toma as decisões pela banda. Então um agente, daqui dos EUA mesmo, ligou pra ele perguntando se a gente topava fazer uma turnê aqui, começando por Nova York. A agência dele e o público punk ficaram interessadíssimos no nosso estilo de música e com a nossa coragem para falar tão explicitamente dos problemas do nosso país. Então o Lucas disse que tinha que olhar com a banda primeiro, mas o agente disse que tinha que ter uma resposta imediata, porque eram shows grandes, e uma lista muito grande de bandas substitutas. Então ele pensou "Que se dane tudo!" e disse que topava. A turnê só começa daqui uns 20 dias, mas o agente pediu que um integrante pudesse ficar por aqui, caso precise de algo. Então adivinha? Vou ter que ficar aqui. Vou pedir os meus pais pra mandar as minhas coisas, mas você não vai ter que me dar tchau. A gente finalmente vai poder morar junto! Se você quiser, é claro.
        Eu não acreditava. Então essa era a minha recompensa depois de tanto tempo sozinha? Eu e o Pedro, finalmente juntos, realizando os nossos sonhos. Eu não respondi, só praticamente pulei em cima dele e comecei a beijá-lo. Beijá-lo muito, enquanto toda a minha tristeza se esvaía.

Capítulo 4 - Central Park

        Eu morava a cinco minutos a pé do Central Park, então fomos pra lá. A todo momento eu o olhava, como se fosse - puf! - desaparecer. Olhei tanto que ele reparou e me perguntou o que estava acontecendo.

Capítulo 3 - Passava por aqui e decidi te ver

       Assim que acordei sabia que algo estava errado. Por quê? Eu morava sozinha num apartamento em Nova York, então eu ouvia inglês O TEMPO TODO mas, naquela manhã, ouvi uma música em português. Mais precisamente, Meu Abandono, do Rosa de Saron. Vinha do outro lado da porta do meu apê, então fiquei desconfiada. Me levantei e, devagar, abri a porta.
        Ele, em carne, osso e música. Segurava na mão um buquê de tulipas alaranjadas, e ao seu lado, no chão, havia uma mala de rodinhas. Antes que eu tivesse qualquer reação, ele me abraçou e me deu um beijo na testa. Assim que senti o seu cheiro, me libertei da paralisia e o abracei com uma força descomunal.
        - O que ... O que está fazendo aqui?
        - Ora, vim visitar você!
        - Mas como assim, visitar? Como fez isso? O que ... - Eu estava transtornada, mas tudo passou quando ele me pegou pela cintura e me beijou. Fui ao céu e voltei. Meu coração, que batia acelerado desde a hora em que o vi, se acalmou, como se dissesse Ei, fica tranquila. É só o Pedro. 
        - Ei, essas flores são pra você. Pronto, agora nunca mais pode dizer que não te dei um buquê de flores, tá? - eu não olhava pra ele. Estava com minha cabeça em seu peito e só ouvia o que ele dizia. De má vontade me soltei e fui procurar um vaso para colocar as flores.Ele me seguiu e colocou sua mala escorada no sofá, foi quando eu percebi que ele trazia também um violão e uma cesta de piquenique.
        - Então, vamos dar uma volta? - A voz dele era cada vez mais doce, e eu tinha vontade de chorar.
        - Pedro, como assim uma volta? Me explica o que tá fazendo aqui, e o que significa essa mala e as coisas que você trouxe!
        - Só dá um passeio comigo e eu te explico tudo.
        - Ãn, ok. - eu olhava meio desconfiada - Só me deixa tomar um banho, ok?
        - Por mim tudo bem.
        - Fica a vontade. Os canais em português são 13, 14, 15, 17, 42 e 54. Ah, tem o 24, acho que vai gostar dele. - Era o canal onde tocava música boa e de qualidade 24 horas por dia. Vi ele soltar um suspiro de alívio quando começou a tocar Barão Vermelho.
        Entrei para o banheiro com medo de que acordasse a qualquer momento, e descobrisse que era apenas um sonho. Ainda estava conturbada, mas uma felicidade começou a crescer no meu peito, e tudo começou a se ajeitar.
        Depois de um bom banho tomado e uma roupa decente, saí do quarto. Ele ainda estava lá, e sorria pra mim, com aquele sorriso que me encanta desde a primeira vez que o vi. Ele se levantou e desligou a TV. Colocou o violão nas costas, pegou a cesta com uma mão e esticou a outra pra mim. Aquele gesto tão reconfortante foi me convencendo cada vez mais de que tudo acabaria bem.

        "Nenhum homem é uma ilha".
        De todas as minhas lembranças, essa frase é uma das primeiras. Eu tinha uns 6 anos e já entendia, por alto, o que ela significava.
        É daquele tipo que, se responder de primeira, é capaz de pagar mico. Você tem que pensar bem pra ver que ela basicamente diz que nenhum homem vive sozinho.
        Você vai ao supermercado comprar pasta de dente? Você precisa da operadora de caixa. Compra pela internet? Precisa do programador. Assiste séries? Precisa dos atores. Simplesmente não tem como ser um solitário, como o último humano da Terra.
        É engraçado que, quando mais nova, eu coloquei na minha cabeça que era sim possível viver só. Por mais que eu tivesse meus amigos, ainda sim, era como se eu deixasse que eles espiassem pela fechadura, com a luz apagada. Eu sabia tudo (ou pelo menos pensava que sabia) sobre eles, mas não sabiam nada sobre mim. Eu simplesmente não queria deixar que me conhecessem, amassem e eu passasse a depender deles.
        O meu primeiro namoradinho mais sério ferrou isso mais ainda. Ele conseguiu me "encantar" e me fazer cair na lábia dele. Escancarei meu coração e ele recuou, assustado com a bagunça, com o puro caos. O resultado? Se antes eu começava a pensar em viver num arquipélago, agora eu queria ser o triângulo das bermudas.
         Acho que todo mundo aqui já é acostumado com os meus textos melosos que, por mais que eu não cite nomes, todos sabem pra quem são. Um dos motivos de eu ser tão carinhosa e querer dizer a todo tempo o quanto eu o amo é o fato de que ele aguentou a bagunça. Aliás, não só aguentou como consertou o que estava quebrado e jogou fora o que não prestava. As vezes eu faço birra e jogo tudo pro ar, mas é só pra ele vir e arrumar tudo de novo.
        O que importa é que eu descobri que não tem problema eu depender de alguém, as vezes é até bom. Isso serve pra criar laços e transformar uma ilha deserta, dessas ben pequenas, em parte de um arquipélago gigante, onde todos são atrações principais.
        Eu só precisei abrir, ou melhor, escancarar a porta da casa e da alma.
        Com amor, Lully.

        Amores, há muuito tempo não faço um post sobre inspiração, e decidi fazer esse depois que eu e umas amigas conversávamos sobre a coragem e o carinho que há por trás desses desenhos, escritas, etc.
        Tem grande, pequena, números romanos, baralho e até satr wars. Tem literalmente para (quase) todos os gostos, e é claro que tem muuuitas outras ideias pela internet afora, além daquela que você e o seu bem podem criar juntos. Com tanta ideia fico até indecisa.
        Se preparem que tem muuuuuuita foto (risos)! Enfim, aproveitem!










* Declaro para fins autorais que nenhuma dessas imagens é de autoria do blog. Elas foram encontradas através de pesquisas na internet.

       Eu estava nos Estados Unidos há 3 meses e, ainda sim, eu relembrava todas as noites a despedida no aeroporto, e sempre sentia uma faca atravessando meu coração.

Capítulo 1 - A Ficha Cai

        Antes da ficha cair, nós dois estávamos empolgados. Eu, porque finalmente ia sair do país e terminar meus estudos sobre a Literatura da Língua Inglesa; ele, porque eu estava realizando o meu sonho, o sonho que eu tinha desde os 16, desde que nos conhecemos e começamos a namorar.
         - A escrita simplesmente faz parte de você. É tipo eu com a música. Você simplesmente não é você quando não escreve.
         - Ainda não acredito que vou pra fora. Mas e a gente, como fica?
         - Já resolvi isso, querida. - essa piscada de olho quase me mata - Amor, estamos juntos há 6 anos. Não acha que a gente tinha que dar mais um passo não?
         Eu entendi na mesma hora. Quando eu ainda estava no Ensino Médio, tivemos uma pequena discussão, porque eu queria me casar só depois que formasse a faculdade, e ele queria assim que eu me formasse no colégio.
         - Peraí, você quer que a gente se case antes de eu viajar?
         - Não, não amor. A gente noiva, coloca aliança dourada bonitinha e, quando voltar, a gente casa na praia, como sempre sonhamos.
         Eu não tinha o que falar. Era simplesmente louco. De uma hora pra outra eu passei de graduanda de Letras com um namorado músico para uma escritora-profissional-morando-fora-noiva. Era coisa demais e, ainda sim, eu fiquei simplesmente empolgada com a ideia.
         - E eu já pedi os seus pais. Eles falaram que você escolhe, mas que por eles tudo bem.

         Perdi o fôlego quando a realidade me atingiu. Eu simplesmente não conseguia acreditar. Tudo bem, o meu sonho começava a se concretizar, mas agora? Quando tudo se ajeitava pra gente.
         - Ei, amor, tudo bem. O que vai ser um tempo longe? Eu te amo muito pra deixar essa distância nos atrapalhar. Eternamente juntos, lembra? - ele me disse numa voz tranquila, mas eu percebi que nos seus olhos havia medo, talvez pavor, do que poderia estar pela frente. Não na primeira vez da minha vida, desejei não conhecê-lo tão bem a ponto de interpretá-lo apenas com as expressões do rosto.
         - É, eu sei, amor. Mas ainda sim ... Sabe que odeio ficar longe de você. Sinto sua falta.
         - Também sinto a sua. Mas para pra pensar: finalmente está realizando o seu sonho! Vai escrever, entender ainda mais de literatura e, quando voltar, vai me ensi ...
         Ele parou de falar e começou a chorar; eu já havia começado há muito tempo. A razão? Se eu fosse bem sucedida durante o tempo de estudo entre Estados Unidos e Inglaterra, com um pezinho na Holanda, eu podia não voltar. Seria o melhor pra mim, mas não pra nós; ele vivia do bom rock brasileiro, não podia simplesmente abrir mão e vir comigo. Eu também não deixaria de escrever por causa dele. Um impasse.
        - Então é o fim? - eu praticamente sussurrei, porque sabia que se falasse um pouco mais alto, não conseguiria me segurar.
        - Por enquanto. Talvez, quem sabe ...
        - Olha, vamos fazer o seguinte. - eu tentava ver o futuro de forma mais animadora possível. Que eu lidasse com a dor de ter me iludido depois - Se for pra gente ficar junto, a gente vai ficar, independente do tempo. Vamos ficar separados, até porque não quero te fazer esperar pra depois você achar que estava sacaneando com você e, quando (decidi deixar o "se" de fora) eu voltar, se estivermos realmente amando um ao outro, ficamos juntos.
        Ele deu um sorriso meio de lado, e eu conseguia sentir o esforço que ele fazia para que não começasse a chorar de novo. - Eu te amo tanto, minha pequena. Não sei como vou aguentar.
        - Eu também te amo muito, meu anjo. - Meio que para animá-lo, citei um de nossos desenhos favoritos - Esse é o desnecessauro!
        - Oi! - ele me respondeu, e nos abraçamos. Comecei a beijá-lo com uma intensidade assustadora, afinal eu não sabia até quando poderia desfrutar desses momentos.
        Naquele dia dormimos juntos, sem maldade alguma. Nós precisávamos sentir o calor um do outro, antes que o outro lado da cama se transformasse num imenso vazio gelado e duro.

        Esse fim de semana eu não estava de casa; participava de um retiro da Igreja. Eu não estou aqui pra tentar converter você - por mais que eu queira muito fazer isso -, pelo menos não agora. Mas o que eu quero te contar, talvez você até já saiba, é: nunca é tarde. Seja pra assistir um desenho animado ou seguir o seu sonho. Seja pra se entregar a Deus ou fazer o mochilão pela Europa.Só será tarde demais quando você estiver morto, enterrado(a) debaixo de 7 palmos de terra.
        Mas agora você tá aí, vivo e com saúde. Com todas as oportunidades batendo à sua porta e, como diria um dos meus cantores favoritos, com todo o tempo do mundo. Só que o tempo não para, como diria o poeta exagerado Cazuza. Então levanta essa bunda da cadeira, sofá ou onde quer que você esteja e corra atrás, porque a única coisa que cai do céu de graça é chuva, e até isso tem faltado, viu.
        Quer ser mais gentil e ajudar alguém? Aposto que na esquina da sua casa tem alguém que precisa. Na verdade, nem saia de casa. Pergunta pra sua mãe o que ela precisa que você faça e - pronto! - vai ajudar alguém. Quando terminar, vai perceber como se sente muito melhor.
       Quer viajar? Arruma um trampo, mesmo que temporário, e junta grana. Larga tudo e vai viver o teu sonho. Quando voltar, vai ter crescido internamente de uma forma que você jamais conseguiria imaginar.
        Quer der uma chance pra Deus mudar sua vida? Me chama no meu Facebook pessoal (esse aqui) e eu te apresento formas de conseguir isso. Terei o maior prazer do mundo de trazer você pra esse "mundo".
        Eu não tô aqui pra ser chata e, se estiver sendo, com o perdão da palavra, dane-se. Porque eu tenho uma missão, e o meu sonho é realizar essa missão. Eu escolhi servir o Deus que eu tive, por experiência própria, certeza de que ele me ama.
        Quer mudar de vida radicalmente? Dá uma chance pra ele. Você não vai se arrepender.
xoxo,
L.

        Minha pequena, agora você dorme, e eu, aflita, como mãe de primeira viagem, olho atentamente para me certificar de que está respirando.

        Eu estou aqui me revirando na cama desde as 4 da manhã, e a culpa é toda sua. Fiquei pensando em tudo que a gente conversou ontem, sobre as coisas da vida, e acabei criando uma teoria: Vivemos num inferno, onde as flores já morreram, mas os amores ainda não.
        Tudo bem, sei que era uma tarde nublada e congelante de maio, mas você sabe bem o que quero dizer com inferno. Quantas pessoas amando sozinhas ou arrumando outros vícios, que não o amor?
        É, eu desconfiei que fosse fazer essa cara. Para você o amor é puro e simples, não é viciante nem faz mal. Acho - ou melhor, tenho certeza - que essa sua inocência perante a coisa mais importante da vida que me fez te amar tanto. Você é um anjo no meio do inferno.
        Por favor, não perca a inocência. Ela é o meu porto seguro no meio de tanta confusão e sofrimento. Pois é. A dor já me fez visitas muito incômodas.
        Mas, sabe, não quero falar das minhas dores, deixo isso pro meu psicólogo. Com você, quero falar das flores. É por causa delas que, por mais que estejamos no meio de maio, é um inferno pra mim. Onde estão as minhas pétalas ao vento? As minhas cores que me fazem acreditar no bem a caminho do trabalho? Sinto falta das minhas tulipas e rosas e ipês, todos floridos. E sinto falta da margarida no meu peito.
        É, meu anjo, eu tenho uma florzinha aqui dentro também. Sabe aquela margaridinha com uma pétala solta que desenho em todo lugar e, inclusive, está marcada no lado direito do meu corpo, em forma de tatuagem? Essa florzinha está aqui dentro, guardadinha junto com tudo o que amo. Junto com você.
        Porque ela me mostra que é possível amar até nos dias mais frios e escuros que, particularmente, são os meus preferidos.
        Só que ela está morrendo, amor, porque o mundo é um inferno, e isso tá machucando ela. Está deixando-a mole e com as bordas marrons, maculando o branco das suas pétalas, como se tudo estivesse quente demais.
        Traz um pouco do teu amor e me resfria. Me mostra que há um paraíso bem no meio do inferno que é esse mundo. Traz a tua jaqueta pra me proteger do frio de maio, e o teu calor pra me proteger do frio da vida. Não deixa eu me transformar em um buquê de flores mortas, como diz Criolo. Me mostra como plantar, regar e adubar o jardim da alma.
        Porque vivemos num inferno onde as flores já morreram, mas os amores ainda não.

         Hoje mais cedo eu perguntei no Twitter - na verdade implorei - sobre o que eu podia escrever. A minha melhor amiga me deu a ideia de falar sobre a chuva, e o que ela causa nas pessoas.
        Antes de eu falar sobre isso, preciso voltar um pouco. Há 10 anos ou mais. Desde muito nova, sempre fui aquele tipo de criança que pergunta sobre tudo. TUDO. "Por que isso?", "Por que aquilo?" e a chuva sempre foi o tema que mais me perseguia nessas palavras. Por que cai água do céu? Por que acontece o arco-íris? Por que a chuva é tão boa e tão má ao mesmo tempo? Por que a chuva deixa as pessoas tão tristes?
        Pois é, já pararam pra pensar sobre isso? 80% das músicas tristes envolvem chuva. Textos tristes começam ou terminam na chuva. E aquela cena clássica onde um romance maravilhoso termina debaixo de uma chuva torrencial?
        Depois de tanto observar e "viajar na maionese", criei uma teoria. A chuva nos deixa assim porque, mesmo que por pouco tempo, nos mostra que nem tudo é lindo e claro como a luz do Sol. Nem tudo na vida é maravilhoso como um piquenique num gramado florido. Quando chove, tudo fica escuro, e é nessa hora que nos lembramos que também somos assim. Depois de todos os sorrisos e cumprimentos e brincadeiras, há sempre aquela nuvem acima do coração. As vezes, é só uma nuvenzinha pequenina, que mal tampa o Sol; outras vezes são grossas e gordas nuvens, que causa um dilúvio no peito, e acaba transbordando. As lágrimas são a chuva da alma.
        Mas se as lágrimas são a chuva, quem nos protege dela? Ora, e a resposta não é óbvia? A. M. O. R. Com letras maiúsculas e tudo o que tem direito. E o amor é literalmente o guarda-chuva. Não tem nada melhor que receber aquele cantinho no guarda-chuva e um casaco por sobre os ombros num dia de chuva, enquanto correm para você pegar o último ônibus da noite que vai para o seu bairro do outro lado da cidade.
        O amor é aquela xícara de chocolate quente e uma maratona de How I Met Your Mother pela quinquagésima vez, enquanto se escuta o barulho no telhado. É aquele cobertor quentinho e a conchinha apertadinha, pra espantar o frio. É vestir o moletom dele ao acordar, e ter de limpar a janela, por causa de tanta neblina.
        Mas, talvez, o mais importante de todo esse temporal é lembrar que ele passa. Que os dias ensolarados de piquenique num gramado florido vão voltar, e que a chuva vem só pra que você dê ainda mais valor a esses dias. E a chuva emocional vem, pra que não nos esqueçamos de render aquela risada que dá até falta de ar por mais 2 ou 3 segundos. E lembrar que o Sol vai brilhar lá no alto outra vez.

        Sei que tu ainda não chegou de viagem, mas precisei passar no teu apê pra ter certeza. Mal abri e o teu cheiro me invadiu em cheio,e a saudade foi maior que nunca. Vi aquela nossa foto em cima da estante, aquela da gente no show do Cícero, lembra? Mas agora tu tá na Holanda e só volta mês que vem. Sei que já enfrentei 4 longos meses, mas tá ficando mais foda a cada dia que amanhece. Já pensei até em comprar uma passagem e te visitar aí, de surpresa mesmo, mas sei que você não ia querer isso, então tô aqui esperando você voltar.
        O meu CD já chegou aí? Pois é, ele finalmente saiu. Queria que estivesse no show de lançamento, mas sei que também está realizando o teu sonho aí. Na verdade, tô te mandando esse e-mail só pra te agradecer. Foi graças a sua persistência e teimosia que não desisti dos meus sonhos, e ainda te tenho como inspiração.
        Pois é, quem diria? Você aí, lançando a tradução em holandês do seu livro, eu aqui lançando meu CD de punk rock e nós dois planejando um casamento, que vai acontecer no início do ano que vem. 
        Nem acredito! Quantas foram as pessoas que duvidaram que a gente ficaria junto? Pois agora a gente tá aí, pra mostrar pra Deus e o mundo que o Eternamente Juntos não é nenhum tipo de brincadeira ou joguinho.
        Mô, peguei aquela sua blusa de moletom e dormi com ela. Juro que não deixei ela larga, eu só precisava sentir o teu cheiro, aquele desodorante com cheiro de talco, lembra? Ainda não satisfaz a minha ânsia pela textura e temperatura do teu corpo, mas é um começo.
        Vem logo, tá, minha baixinha. Tô sentindo falta da tua voz me pedindo pra pegar algo na parte de cima do armário porque você não dá altura. Posso te contar um segredo? Coloco lá em cima de propósito, só pra te ouvir com aquela voz manhosa: Pê, pega o Nescau pra mim? Não alcanço nem na ponta dos pés. Fica linda quando faz bico só pra me convencer de que você precisa de mim.
        Vem logo, que o dia vai raiar, e você ainda não tá aqui, dividindo a cama de solteiro comigo.
        Eu te amo. Não esquece disso não.

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        Fecho os olhos e me lembro de ouvir a Agatha cantar no meu ouvido, no meio do show: Mas tudo bem, o dia vai raiar pra gente se inventar de novo. Lembrar disso me faz ser forte ao olhar no relógio e ver 00:15.
        Mais um dia longe ou menos um dia? Penso, enquanto vou ao calendário e risco mais um dia.

(escute Last Kiss, Taylor Swift enquanto lê) 

        Ontem foi domingo, dia de passeio. Eu, o Lucas e o meu primo, também Lucas, fomos para um campo, aqui no meu bairro mesmo, pra que eles pudessem me ensinar a andar de bicicleta - é, eu não sei mesmo. Em meio a encorajamentos, risadas, suor e muita brincadeira, eu descobri o sentido da vida. Ser feliz.
        É, eu sei que esse é um clichê dos grandes, mas é verdade. Se não for, me responda: o que te faz ter ânimo e levantar da cama todos os dias? Pra ser feliz. Não tô dizendo que você vai enfiar um sorriso na cara todo santo dia pra Deus e o mundo. O que eu tô dizendo é que simplesmente não tem outro motivo pra você acordar e viver mais um dia. Até nos dias em que tá tudo um porre, você acorda e levanta, nem que seja pra tentar mudar essa situação.
        Você não acorda pra ferrar sua vida. A dos outros você pode até tentar, SE isso for fazer você sorrir, mas a sua? Não. Não mesmo.
        Você pode dar comida aos pobres ou rir dos mendigos que ficam nas calçadas da vida. Você pode ser um humilde pedreiro ou uma pop star, não importa. Você está vivo(a) mais um dia. Só isso já te dá motivo pra sorrir.
        Olha, eu sei que vão haver dias em que o sorriso vai parecer um objetivo longínquo e impossível. Vão haver dias em que tudo, TUDO mesmo vai dar errado. Vão ter dias em que você vai colocar a cabeça no travesseiro e se perguntar porque seu coração ainda bate. E é nesse momento em que o sorriso vai ser indispensável. Aquele papo do Peter Pan sobre pensar em coisas boas não é piada, não. Quando quiser chorar ou perder o sentido da vida, se lembre porque você chegou até aqui - ou ali, ou lá, ou como quiser chamar. Mais do que isso, se lembre do porquê de continuar a acordar e lutar todos os dias. Porque o amanhã é um outro dia, e você não tem controle nenhum sobre ele.
        O que te resta é sorrir e lembrar das coisas boas da vida.
        Sorvete de flocos, milkshake de chocolate, filme bom, pipoca, chuva, frio com cobertor, surpresa de quem gosta, dinheiro, estar com amigos, música, livros, flores, tatuagens, símbolos. Se lembre de quem é, do que (ou quem) te faz feliz e, quando acordar, lembra que o seu dia é uma folha em branco. Enche essa folha com tudo que você ama e te faz feliz, e você será a pessoa mais poderosa do planeta. Vai por mim, funciona. Prometo de dedinho.
xoxo,
L.

       "As coisas mudaram para mim, mas tudo bem."